O Engajamento do EUA no Combate ao Aquecimento Global. Será Sério?

Louvável a mudança de postura do governo John Biden em relação as mudanças climáticas, mais desde 1992 os EUA têm mais atrapalhado do que ajudado.

O novo presidente do EUA John Biden, conforme suas promessas de campanha, está priorizando as questões climáticas.

Biden disse que não se pode mais protelar o enfrentamento das questões climáticas como o aquecimento global, citando os recorrentes incêndios na California, furacões e tempestades tropicais, cada vez mais intensos. “Nós vimos com nossos próprios olhos. Nós sentimos isso. Nós sabemos disso. E é hora de agir.” 

Uma importante medida, por ele tomada, foi colocar novamente o EUA no Acordo Climático de Paris, o que o seu antecessor, Donald Trump, havia tirado. O governo de John Biden declarou que, agora o clima é elemento essencial da política externa americana e da segurança nacional.

Reunião Anuncio de Metas Redução CO2
Uma das primeiras ações de Biden, foi agendar uma reunião para abril/21 sobre mudanças climáticas com várias outras nações.

Biden fará em abril reunião com anuncio de metas de redução das emissões de CO2

Biden declarou que seu governo organiza uma reunião para 22 de abril, Dia da Terra, com líderes de várias outras nações para organizar ações e medidas para enfrentamento ao Aquecimento Global. E segundo o seu assessor para o clima no Conselho de Segurança Nacional, John Kerry, o encontro é fundamental como preparativo para garantir o sucesso da cúpula do clima COP26 de Glasgow, em novembro, com o importante anuncio da redução das emissões de CO2, conforme os termos do Acordo de Paris, o que é fundamental, pois os EUA é o segundo maior emissor de gases do efeito estufa do mundo, atrás apena da china.

EUA não assina protocolo de Quioto
2001 – Governo Bush retira EUA do protocolo de Quioto

Ao longo do tempo, com postura dúbia os EUA não têm ajudado no controle do Aquecimento Global

Todos ficamos felizes ao ver as recentes medidas tomadas pelo novo presidente do EUA John Biden, priorizando o grave problema ambiental das mudanças climáticas, no entanto se analisarmos as ações americanas em relação ao clima ao longo de uma linha histórica desde a primeira COP do Rio de Janeiro em 1992, veremos que sua política em relação ao clima está cheia de retrocessos e entraves à medida que os partidos democratas e republicanos se alternam no poder. Devido as estas dubiedades com relação ao clima, os EUA não reduziu em nada suas emissões, desde os primeiro tratado mundial firmado para conter as emissões dos gases estufa, com o protocolo de Quioto em 1997, o qual o EUA, através do seu então presidente Bush, declinou. Desde esta época os EUA, sempre nas COPs realizadas, agem de forma a minar qualquer tratado mundial que objetive reduzir as emissões de CO2, pois sob o entendimento dos vários governos americanos, ao longo desta linha histórica, isto prejudicaria sua economia.

Como por exemplo em 2007 na COP 13 de Bali, enquanto os delegados americanos lutavam para não assumir nenhuma cota de redução de gases do efeito estufa, Al Gore comparou os EUA a um elefante na sala e disse ao final de seu discurso: “Um dia as gerações futuras se referirão a nos (EUA): O que estavam pensando eles quando não viram diante dos seus olhos as geleiras derreterem, os furacões se multiplicarem os desertos crescerem e com todos aqueles relatórios do IPCC.”

O desempenho dos EUA, só não é pior devido a conscientização de alguns estados como a Califórnia que toma boas medidas, no que sua jurisdição permite e devido a parte da iniciativa privada que já visualizou o potencial que as energias limpas tem.

Torcemos para que o EUA tenha conseguido perceber que a adoção de energias e tecnologias limpas, é o futuro e pode ser uma grande mola de impulso de crescimento econômico, e seja mais consistente em suas ações em prol das reduções dos graves efeitos do aquecimento global, o que una forças ao lado dos governos europeus que vem fazendo este trabalho praticamente sozinhos desde 1992.

O Aquecimento Global é cada vez mais importante no jogo Geopolítico

China ganha espaço nas questões Climáticas.

Sem contar que no jogo da geopolítica a china já percebeu a importância e potencial das questões climáticas e vem agindo com forte liderança tecnológica nesta área.

É de admirar que os EUA tenham perdido o protagonismo em uma questão de tão grande relevância mundial.

Esperamos que seu recente engajamento na luta contra as mudanças climáticas seja duradouro, o mundo precisa disto e os EUA também.

Por: Hélio Antônio Frei Filho

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*